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O impacto vital da Paz no mundo do Turismo

A paz é um elemento essencial para o desenvolvimento do turismo em qualquer região do mundo. Em contexto global, onde a interdependência entre países é crescente, a estabilidade política e social não apenas protege as vidas das pessoas, mas é também um fator decisivo para o crescimento económico e a atratividade de destinos turísticos.

Estudos demonstram que países em paz tendem a ter um fluxo turístico significativamente maior. De acordo com o relatório do Global Peace Index 2023, alguns dos países mais pacíficos, como a Islândia, Nova Zelândia e Portugal, registaram um aumento contínuo no número de visitantes internacionais. A paz não apenas favorece a segurança dos turistas, mas também cria um ambiente propício para o investimento em infraestruturas turísticas. Destinos pacíficos são mais propensos a atrair investidores que desejam desenvolver hotéis, restaurantes e atrações turísticas. Em contrapartida, em regiões marcadas por conflitos ou instabilidade, o turismo muitas vezes sofre uma queda abrupta. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), a instabilidade pode reduzir o número de turistas em até 30% em comparação com períodos de paz.

Além disso, a paz tem um impacto direto na experiência do turista. Viagens para países em conflito geralmente envolvem insegurança e incertezas, o que desestimula os visitantes. Por exemplo, nações afetadas por guerras civis, como a Síria e o Iémen, viram os seus setores turísticos praticamente desaparecerem, resultando em perdas económicas significativas e na degradação ou destruição das suas infraestruturas.

A promoção da paz está igualmente ligada à sustentabilidade do turismo. Destinos que incentivam a convivência harmoniosa e o respeito cultural, conseguem atrair visitantes à procura de experiências genuínas e significativas. Este tipo de turismo tem vindo a ganhar relevância, com muitos viajantes a escolherem apoiar comunidades que promovem a paz e a inclusão.

A importância da paz é ainda evidenciada em iniciativas de turismo comunitário, onde as comunidades locais se envolvem na promoção do seu património cultural e natural. Estas iniciativas não só fortalecem a economia local, mas também fomentam a coesão social e a estabilidade.

Por fim, a paz e a estabilidade política são cruciais para a colaboração internacional na promoção do turismo. Projetos transfronteiriços e iniciativas conjuntas entre países vizinhos, como os que envolvem roteiros culturais ou ambientais, dependem de relações pacíficas. A cooperação entre nações não apenas diversifica as ofertas turísticas, mas também fortalece os laços culturais e económicos.

Em suma, a paz é um fator determinante para o crescimento e a sustentabilidade do turismo. Regiões que investem em estabilidade, segurança e promoção da paz colhem os frutos na forma de um turismo próspero, capaz de gerar emprego, apoiar comunidades locais e impulsionar economias. Num mundo cada vez mais interconectado, promover a paz deve ser uma prioridade não apenas para os governos, mas também para os cidadãos e o setor privado.

De 3 a 5 de junho, Torres Vedras sediou o debate “A paz como destino turístico”, organizado pelo Turismo Centro de Portugal. O evento reuniu especialistas e entusiastas do turismo para discutir como a paz pode ser um atrativo turístico e impulsionar o desenvolvimento sustentável no país.