Os produtos endógenos destacam-se pela sua singularidade, apresentando características distintas conforme o local de produção, o que lhes confere uma identidade única e reconhecimento com valor acrescentado. Originários de recursos praticamente inimitáveis de um determinado território, os produtos endógenos são um fator crucial de diferenciação e competitividade, especialmente em áreas de baixa densidade populacional.
Tal como é amplamente reconhecido, diversos territórios alcançaram renome e dinamismo por meio dos seus produtos endógenos, como as cavacas de Resende, o anho assado com arroz de forno, os queijos beira baixa DOP, rabaçal DOP e queijo serra da estrela DOP, os produtos de fumeiro de Montalegre com IGP, a amêndoa de Trás-os-Montes numa fase de certificação, os vinhos DOC e as vinhas IGP, alguns dos muitos exemplos a nível nacional.
Esses produtos exemplificam a diversidade e distinção, visto que cada região possui recursos e características naturais únicas, impulsionando a inovação e o desenvolvimento desses produtos.
Dado que Portugal é rico em produtos endógenos, tanto em quantidade quanto em qualidade, torna-se imperativo definir e implementar uma estratégia que promova a divulgação, qualificação e subsequente comercialização desses produtos. Essa estratégia deve impulsionar a economia através da otimização de recursos, contribuindo para o reconhecimento e valorização do território, uma vez que os produtos endógenos são elementos fundamentais da identidade cultural. A promoção desses produtos não só impulsiona o crescimento económico e a criação de empregos, mas também contribui para atenuar as disparidades regionais.
Existem várias iniciativas de promoção e divulgação de produtos endógenos, muitas delas lideradas por agentes e entidades locais. Destacam-se a realização de feiras e mercados temáticos, que estimulam a economia local e promovem o consumo de proximidade, assim como workshops que enfatizam a qualidade dos produtos tradicionais e o impacto económico gerado. Essas estratégias de marketing de proximidade representam uma vertente crucial na promoção territorial.
Quanto à qualificação dos produtos, esta é alcançada por meio dos processos de Indicação Geográfica Protegida (IGP) e Denominação de Origem Protegida (DOP). Essas estratégias de valorização visam o reconhecimento dos produtos com base em fatores naturais, como as características do solo e do clima, e na abordagem humana – o tão aclamado saber fazer – que utiliza técnicas diferenciadoras e tradicionais para garantir a qualidade dos produtos.
A Ruris tem trabalhado no desenvolvimento de diversas abordagens para impulsionar a promoção dos produtos endógenos, visando contribuir para o crescimento e avanço do setor económico a nível local, especialmente em áreas desafiadoras como os territórios de baixa densidade populacional. No âmbito dessas estratégias, a ênfase recai sempre na valorização dos produtos endógenos, na qualificação das fileiras produtivas e no reconhecimento dos territórios como destinos turísticos.
Encontra-se aberto o programa europeu AGRIP para desenvolver e/ou apoiar campanhas e eventos para promover os produtos agrícolas da UE, que visa dar a conhecer o esforço dos agricultores europeus para produzir produtos de qualidade. Poderá encontrar mais informações aqui.